domingo, 22 de maio de 2011

Freud explicando

“... [a religião é] um sistema de doutrinas e promessas que, por um lado, lhe explicam os enigmas deste mundo com perfeição invejável e que, por outro lado, lhe garantem que uma Providência cuidadosa velará por sua vida e o compensará, numa existência futura, de quaisquer frustrações que tenha experimentado aqui. O homem comum só pode imaginar essa Providência sob a figura de um pai ilimitadamente engrandecido. Apenas um ser desse tipo pode compreender as necessidades dos filhos dos homens, enternecer-se com suas preces e aplacar-se com os sinais de seu remorso. Tudo é tão patentemente infantil, tão estranho à realidade, que, para qualquer pessoa que manifeste uma atitude amistosa em relação à humanidade, é penoso pensar que a grande maioria dos mortais nunca será capaz de superar essa visão da vida. Mais humilhante ainda é descobrir como é vasto o número de pessoas de hoje que não podem deixar de perceber que essa religião é insustentável e, não obstante isso, tentam defendê-la, item por item, numa série de lamentáveis atos retrógrados.”

                                                              Sigmund Freud

                                                         



 Academia onirica na tela






CLARIDADE

Nas trevas vejo
em dia estou

No que me alaga
dono não sou

Um rio
esboroado
p’las lágrimas
que de mim brotam

O montante derrama
cristais de luz
- saudades –
que meu estuário banham

Escorro a jusante
de abraço a
outras águas
tamanhos mares

D’alguém 
por fim resvalam prantos

O nenhures greta
tísica de sede

Desmesuradamente
Inundo algures!

sérgio matos