sexta-feira, 10 de setembro de 2010

R.ÁSTROS

(I)
Ele que foi a serpente emplumada,
O portador da luz da ilha sagrada,
Daquele antigo leste que se partiu,
Restou a sabedoria de Quetzacoatil

A beleza frondosa da terra amada
Que se desfez numa só engolfada
No furor do oceano que bramiu
Foi ele a última centelha que viu

Mas pôde salvaguardar um ceitil
Derradeira chama pálida produziu
Do menor conhecimento e de cada

E de tudo o que ficou logo baniu
Escolhos que quisera do mais vil
Se perdessem nesta nova empreitada
 
(II)
Novamente semente a ser plantada
À sementeira nova chance fora dada
É que quisesse sem o dano que feriu
Àquela que o outro curso já seguiu

E, se obteve êxito, se ele conseguiu
O sequioso intento que era seu ardil
Com o esforço de sua mão edificada
A tela do futuro inda resta embaçada

Somos nós que colheremos cada til
A quem foi dada a trilha já traçada
Aos lindes de passado outro atada

Se ressurja inda uma vez primaveril
O fulgor que naqueles idos já se viu
É mister que nossa força seja alçada

Francisco de Sousa Vieira Filho

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